A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
Não ame.
Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?
Não diga nada.
Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.
Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 30 de junho de 2011
AS SEM-RAZÕES DO AMOR
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
O SOBREVIVENTE
Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.
Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)
Carlos Drummond de Andrade
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.
Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)
Carlos Drummond de Andrade
Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida.
Carlos Drummond de Andrade
PROCURA DA POESIA
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Carlos Drummond de Andrade
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Carlos Drummond de Andrade
Nosso negócio na vida não é ultrapassar os outros, mas ultrapassar a nós mesmos — quebrar nossos próprios recordes, superar nosso ontem através do nosso hoje.
Stewart B. Johnson
terça-feira, 28 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos...
William Shakespeare
terça-feira, 21 de junho de 2011
"Nossas dádivas são traidoras, e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."
William Shakespeare
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Um sarau
Não lembro ao certo quantos anos eu tinha, mais comecei a fazer aula de violão.
Era bem legal, apesar de que minha mão é pequena e tem notas que quase não consigo fazer, isto é, quase não conseguia isto pelo motivo que não “tento” tocar já faz muito tempo.
Certa vez fizemos um sarau, no centro comunitário, próximo a minha casa, foi muito bom!
Um dia à tarde, chegou um colega, amigo, conhecido... sei lá... e me falou para escutar :Teatro Dos Vampiros (Legião), escutei e a partir daquele dia faz parte de minha vida.
Escutei e gostei...
E no dia do tal sarau, a mesma pessoa escolheu esta música para tocar, foi muito bonitinho!
Não fiz nenhuma coisa parecida para esta pessoa, por isto o post.
Para que se caso um dia ,chegue a ler este blog, ira saber que gostei bastante.
Filtro Solar - Pedro Bial
Desta música, eu sempre vou lembrar, e rir!
Quando tinha aproximadamente 16 anos, pintava o cabelo a cada duas semanas, vermelho, preto, loiro... Tinha uma pessoa que ficava falando que meu cabelo iria cair, e toda a vez em que escutava esta música, fazia questão de me dar sermão.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Coração
O coração humano produz pressão suficiente para jorrar o sangue para fora do corpo a uma distância de 10 metros.
As boas amizades são como o bom vinho: melhoram com o tempo.
Monteiro Lobato
terça-feira, 14 de junho de 2011
Existe em meu coração uma pessoa muito especial, que fez a diferença, toda a diferença!
Porem não tenho mais como ver, como rir de suas brincadeiras, correr na chuva, jogar counter -strike ,fazer piquenique em prédios, ou no horto, ir em palestras de artes cênicas, comer chocolate e se lambuzar, jogar truco , ser meu segurança particular em festas, parecer um ursinho dormindo no sofá, dançar sem música , brincar de pega-pega , sair correndo pela casa, jogar bilhar(sei jogar por causa dele), sair andando de madrugada sem rumo, ir na praça só para ficar conversando coisas bobas ,aparecer com cada presente inesperado, ser amigo, verdadeiro, companheiro de todas as horas , que não aguentava ficar longe.
Lembro que certa vez foi viajar, porém no mesmo dia me ligou várias vezes, me mandava mensagens toda hora e até teve que voltar antes do planejado.
Como dizer o quanto foi especial pra mim??
Sei que tinha muita coisa pra falar, muitos erros para concertar, porém, uma vez que feito, não tem volta! E neste caso não mesmo.
Mas tenha certeza que esta em meu coração, tudo o que fez por mim não será jamais esquecido!! Sei que esta em um lugar muito melhor, e em meu coração.
Sempre e sempre juntos, na vida ou na morte!
Uma pessoa somente morre, quando apagamos de nossa vida, de nosso coração!
Não quis acreditar quando tive a noticia, a pior notícia, apesar de já saber, demorei bastante para acreditar, só fui acreditar no ano passado quando fui ao cemitério e vi sua foto no túmulo. E vi que um pedaço de minha vida tinha se perdidoL
Queria ter de volta!
Mais a lembrança que tenho é perfeita, lembro-me de todos os momentos bons, perfeitos, e que não foram poucos, se for para escrever putzzz... Acho que é impossível!
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Memórias
Aqui vc vai poder me conhecer um pouco, ou melhor, alguns fragmentos de minha vida.
Lugares, músicas... sei lá !O que tenho na memoria , e que não vai se apagar .
Mesmo assim não pense que pode desvendar meus pensamentos, meus sentimentos!!
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Definições:
· SAUDADE: é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
· LEMBRANÇA: é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
· ANGÚSTIA: é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
· PREOCUPAÇÃO: é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
· INDECISÃO: é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.
· CERTEZA: é quando a idéia cansa de procurar e para.
· INTUIÇÃO: é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
· PRESSENTIMENTO: é quando passa em você o trailler de um filme que pode ser que nem exista.
· VERGONHA: é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
· ANSIEDADE: é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
· INTERESSE: é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
· SENTIMENTO: é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
· RAIVA: é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
· TRISTEZA: é uma mão gigante que aperta seu coração.
· FELICIDADE: é um agora que não tem pressa nenhuma.
· AMIZADE: é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
· CULPA: é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas geralmente, não podia.
· LUCIDEZ: é um acesso de loucura ao contrário.
· RAZÃO: é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
· VONTADE: é um desejo que cisma que você é a casa dele.
· PAIXÃO: é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.
· AMOR: é quando a paixão não tem outro compromisso marcado... Não. Amor é um exagero... Também não. Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tem explicação, esse negócio de amor... não sei explicar!
(por Mário Prata)
quinta-feira, 9 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Kid Abelha - Nada Sei (acústico)
Não sou dona da razão, nem quero ser.
Diga-me quem nunca errou, eu já errei varias e varias vezes, mais fico feliz por ter tentado.
Porem existe uma grade diferença entre aqueles que erram e continuam batendo na mesma tecla, e aqueles que erram e aprendem.
E não é difícil aprender! Basta olhar para o que foi feito, ao invés de reclamar dos resultados, tomar atitudes diferentes.
É muito bom parar, refletir e seguir!
Não desista de seus sonhos, são eles que nos motivam, fazem derrubar todos os obstáculos e vencer desafios.
Então continue...
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